No 1º semestre de 2020, as pragas estiveram mais agressivas do que nunca. A soja exigiu diferentes mecanismos de defesa para combater uma doença muito agressiva de difícil controle: a ferrugem asiática – o principal desafio fitossanitário da cultura. Percevejos e ácaros foram os insetos que mais necessitaram de tratamentos e, no caso de ervas daninhas, capim amargoso e buva exigiram modos de ação diferenciados para combatê-los.
Em relação ao milho safrinha, foi preciso aumentar o uso de inseticidas para combater cigarrinhas e percevejos, e manchas foliares e ferrugem demandaram mais aplicações de fungicidas. Quanto ao algodão, a doença mais agressiva continua sendo a ramulária, levando os agricultores a usar mais fungicidas. O manejo de resistência também foi intensificado na primeira metade do ano.
De acordo com o levantamento realizado pelo Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg), o uso de defensivos agrícolas é, assim, um investimento necessário para os agricultores, sendo utilizados exclusivamente porque representam uma potente ferramenta contra pragas, doenças e ervas daninhas, que são implacáveis.
“O momento da agricultura é muito positivo, porém sempre depende de uma série de fatores. Começa pela preparação da terra, envolve a escolha de sementes selecionadas, tem o fator climático, que pode ou não ser favorável e o próprio mercado interfere na disposição do produtor em investir mais ou menos em determinado cultivo. Decisão de plantio tomada, há inimigos terríveis a combater. Os desafios das pragas, doenças e ervas daninhas são cada vez maiores, exigindo a ação de soluções mais complexas e inovadoras para proteção das plantas. Os defensivos agrícolas têm, assim, um papel extremamente importante para a agricultura: evitar a ação dos agentes nocivos, mais resistentes aos agroquímicos, mais agressivos e seletivos. Importante enfatizar a relevância do ambiente tropical, extremamente desafiador devido ao clima úmido e quente e à produção o ano inteiro. O cenário é perfeito para as pragas. Sem os defensivos, a produtividade seria, em média, 40% menor, ceifando 100 milhões de toneladas de alimentos todos os anos”, ressalta Julio Borges Garcia, presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Defesa Vegetal (Sindiveg).
O uso de defensivos agrícolas é, assim, um investimento necessário para os agricultores, sendo utilizados exclusivamente porque representam uma potente ferramenta contra pragas, doenças e ervas daninhas, que são implacáveis.
Segundo informações divulgadas pelo Sindiveg, os agricultores demandaram mais tecnologia dos defensivos agrícolas para o sucesso da agricultura. E tiveram de usar estratégias diferenciadas com produtos fitossanitários no manejo para a proteção dos seus cultivos. No cenário de doenças resistentes, o aumento de produtos de multisítio ou chamados de fungicidas protetores foram os mais utilizados. Essa crescente exigência de defensivos fez com que no 2º trimestre (abril a junho) a área tratada com defensivos crescesse 9,8%, atingindo 142,4 milhões de hectares – contra 129,8 milhões ha no mesmo período de 2019.
Fonte: Agrolink