Enquanto o milho vai sendo colhido, as fazendas do estado já começam a preparar o solo para a próxima semeadura de soja, que começa em setembro
Os produtores de soja Mato Grosso já começam a se preparar para o plantio da próxima safra, que começa em setembro. Mesmo com a pandemia, o cronograma de atividades não foi prejudicado. O ritmo segue acelerado, tanto no escoamento do milho segunda safra, quanto no recebimento dos fertilizantes para a produção de soja. Mas a Aprosoja-MT alerta para que os agricultores evitem estocar insumos nas fazendas, já que o número de roubos tem aumentado.
Na fazenda de Robson Weber, em Paranatinga (MT), enquanto parte da estrutura avança na retirada do milho, a outra parte prepara tudo para a chegada do calcário e, mais de 60%, do fertilizante que será usado na safra de soja 2020/2021. A previsão é que a cultura irá ocupar pelo menos 1,4 mil hectares nesta temporada.
Para evitar riscos de contaminação com Covid-19, toda a carga de insumos vem sendo retirada na empresa revendedora pelos próprios funcionários da fazenda.
“Colocamos os nossos caminhões para fazer a retirada desse produto. Sabemos que o motorista vai lá e terá todo o cuidado, usará máscara, álcool, evitará contatos pessoais, para evitar de trazer esse vírus para dentro da fazenda”, afirma Weber.
Segundo o agricultor, a pandemia não atrapalhou o cronograma da fazenda. O ritmo segue acelerado, tanto no escoamento do milho segunda safra, quanto no recebimento dos fertilizantes para a soja.
“A empresa está até pedindo um pouco de agilidade na retirada. Como está na colheita do milho safrinha, a entrega também está tranquila, tudo que foi comprado antecipadamente para ser entregue antes. Não está tendo problema nenhum, as expectativas de safra com certeza são sempre as melhores possíveis, então acreditamos ser um ano bom”, afirma Weber.
O produtor Rogério Berwanger, da mesma região, também está tranquilo em relação a entrega da matéria-prima para a próxima safra de soja. Tanto que o fósforo e o potássio, negociados em abril, já estão sendo distribuídos no solo da propriedade.
“Uma parte já está sendo até jogada simultaneamente enquanto colhemos o milho. Não tivemos problemas de entrega por falta de caminhões ou atrasos, mesmo porque as empresas já entregaram tudo com medo da pandemia”, diz.
Se não há qualquer problema para a entrega dos fertilizantes, em relação aos defensivos, a orientação da Aprosoja é cautela na retirada. A estratégia é evitar o estoque na propriedade para evitar riscos de furtos e roubos nas fazendas.
“Devido ao grande número de furtos que teve nesse último ano, orientamos uma mudança de atitude. Não pedimos que os produtores deixem de comprar os insumos e aproveitar bons negócios, porém recomendamos que façam o transporte no momento oportuno, quando for de fato utilizar o produto. É perigoso para o produtor e, até mesmo para as famílias, manter esses estoques dentro da propriedade”, afirma o vice presidente norte da Aprosoja-MT, Zilto Donadello.
O produtor Volmar José Maggioni foi vítima dos ladrões em 2018.Na época teve R$ 500 mil em defensivos agrícolas furtados da propriedade. Para evitar novos prejuízos, contratou uma equipe de segurança armada e mudou a rotina na fazenda.
Ainda assim, hoje os estoques são apenas de fertilizante e calcário, que serão usados nos 8 mil hectares de soja. O agricultor diz que o insumo tem chegado aos poucos por causa da precariedade da estrada.
“A estrada que estamos falando no caso é a MT-322 que está um caos sem condições de passar, estou passando nela agora aí para o pessoal olhar, isso só vai encarecendo a produtividade já é caro aqui para nós, se não olharem para nós aqui está difícil”, afirma.
Fonte: Canal Rural