Veja os sistemas aplicados em duas propriedades em Mato Grosso e relato de pecuaristas satisfeitos com o retorno financeiro.
A engorda de animais em confinamento tem despertado a atenção de pequenos e médios produtores em Mato Grosso. A intensificação do ganho de peso e a otimização do espaço da propriedade são alguns dos motivos.
Na propriedade Águas de Chapecó, dos irmãos Caneppele, no município de Nova Mutum, os 1,8 mil hectares destinados à agricultura tomam conta do cenário. E são fundamentais para o desempenho da pecuária, tocada em uma área de 20 hectares, já que parte do grão produzido na lavoura entra na composição alimentar do rebanho de 1,5 mil cabeças e ajuda a reduzir os custos.
Há mais de dez anos a família adota o sistema de confinamento para terminar os animais durante o período de seca, entre os meses de maio e setembro. A redução do tempo de engorda e a otimização do espaço são alguns dos motivos da longa parceria entre pecuária e agricultura na propriedade.
“Os animais ficam preso em confinamento em torno de 90 a 120 dias. Ultimamente a gente vem conseguindo um índice de ganho médio diário em torno de 1,6 kg por animal. Para a gente é um índice bastante interessante, mas sabemos que ainda podemos melhorar ele. Estamos felizes com esses resultados, pois o custo da nossa dieta é bem interessante, devido a grande parte da nossa matéria prima ser produzida dentro da nossa propriedade, os rendimentos de carcaças são bem interessantes quando vai para o frigorífico, e vem trazendo boas rentabilidades”, disse o outro irmão, Daniel.
O confinamento também tem ganhado espaço entre os pequenos pecuaristas de Mato Grosso. O médico veterinário Jair Albuquerque explica os ganhos com o sistema. “Nesse modelo de confinamento, os animais machos entram em média entre 12 e 14 arrobas e vão sair com 17 a 19 arrobas, no período de até 100 dias. isso vai depender muito da qualidade genética dos animais e da alimentação”, disse.
Ele salienta algumas vantagens e também algumas recomendações para o sucesso do projeto. “Qualquer um pode implantar na sua chácara no sítio. A gente tem estudo que pode chegar até mil cabeças em apenas um hectare de área e outra vantagem é a não necessidade do desmatamento. Toda a área tem o piso concretado, exatamente para evitar a lama no período chuvoso e isso possibilita a engorda dos animais no período dos 365 dias do ano”, disse.
O produtor rural Arnaldo Freiberger, de Matupá, adotou a terminação intensiva de bovinos elaborado pela Empresa Mato-grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer). Na propriedade de 1.370 hectares, 470 hectares são de pasto, onde cria 1.100 cabeças. Dessas, 400 estão em confinamento e ele acaba de entregar um lote de 200 animais que os deixaram bastante satisfeito, pois o fizeram alcançar a meta de aumentar o número de vendas durante o ano.
“Os bois em torno de 1,800 até 2 quilos de ganhos de peso diários, já as novilhas um pouco menos, chega a 1,5 quilos. E aqui a gente vai ter a opção de triplicar ou até mais do que o triplo na rotatividade que vai ter aumentando a produtividade da propriedade”, comemorou.
FONTE: CANAL RURAL