Segundo analista, dólar perto de R$ 5,40 e oferta escassa motivam a valorização do produto. Ritmo de exportações definirá o restante do ano.
O preço do milho em Campinas (SP) bateu R$ 60 por saca nesta quinta-feira, 13, de acordo com a consultoria Safras & Mercado. Esse é o maior valor registrado nos últimos quatro meses e muito próximo do recorde de R$ 63 por saca, alcançado em março de 2020.
O analista de mercado da AgRural Fernando Muraro afirma que o primeiro motivo para as altas das cotações do cereal em plena colheita da segunda safra, que já chegou a 80% da produção colhida, é o câmbio. Segundo ele, o dólar ao redor de R$ 5,40 joga os preços para patamares próximos a R$ 60 por saca.
No entanto, conforme explica Muraro, a razão principal da escalada dos preços é o fato de que alguns clientes de médio porte têm encontrado dificuldade de abastecimento, gerando um fluxo de comercialização não tão veloz. Localidades como Paraná e Mato Grosso do Sul, onde os preços estão subindo muito, têm um ritmo mais fraco de comercialização, com os produtores retraídos. “Esse choque de escassez ou falta de liquidez na ponta vendedora com um interesse muito grande do mercado spot faz com que os preços subam”, diz.
Tendência
O analista destaca que a tendência dos preços do milho está em parte atrelada ao comportamento do câmbio, que é bastante difícil de ser previstos. Porém, o que vai ditar o ritmo até o fim do ano são as exportações. Caso o Brasil consiga exportar mais de 32 milhões de toneladas até o fim do ano, as cotações devem seguir em alta, sobretudo pelo apetite do setor de proteína animal, que vai muito bem.
Fonte: Canal Rural