A ministra destacou que o Brasil é o maior exportador de carnes de aves e bovinos e de alimentos industrializados Halal, mercado que deve registrar crescimento de 60% no mundo.
Os presidentes da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), João Martins, da Federação das Associações Muçulmanas do Brasil (Fambras), Mohamed Zogbi, e a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, destacaram a importância dos países com população de maioria islâmica para o mercado do agro durante a abertura do curso online “O mundo islâmico – oportunidades e desafios para a agropecuária brasileira”, realizado nesta quinta-feira, 6.
A ministra a considerou o tema do curso “oportuno e interessante”. Segundo ela, os números das exportações do agro brasileiro para os países islâmicos comprovam que a parceria com o Brasil é muito bem sucedida e que os negócios podem ser ampliados ainda mais.
Tereza Cristina destacou que o Brasil é o maior exportador de carnes de aves e bovinos e de alimentos industrializados Halal, credibilidade conquistada com o trabalho sério de toda a cadeia produtiva. Ela também citou dados da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira (CCAB) que indicam um crescimento estimado de 60% no mercado mundial de produtos e alimentos Halal, entre 2015 e 2021.
“Hoje, o mercado Halal no mundo está orçado em mais de US$ 3,5 trilhões e engloba vários segmentos, além do agronegócio. Os alunos desse curso vão aprender que o conceito Halal não se restringe a regras específicas para abate animal. O Halal é um sistema baseado em princípios e valores humanitários”, declarou a ministra.
O presidente da CNA, João Martins, ressaltou que enquanto o Brasil é um dos maiores produtores e exportadores de alimentos, o mundo islâmico é o terceiro maior comprador da produção agropecuária brasileira e alcançou, aproximadamente, US$ 17 bilhões em 2019.
Ele lembrou que a CNA e o Ministério da Agricultura vêm buscando uma maior aproximação com esse mercado. Uma dessas iniciativas foi um jantar para um grupo de embaixadores de países islâmicos com o presidente Jair Bolsonaro, no ano passado.
“Agora, juntamente com a Fambras, estamos dando um novo passo. Com esse curso pretendemos demonstrar e debater as oportunidades e os desafios que o agronegócio brasileiro terá nesse mercado”, afirmou.
Na opinião do presidente da Fambras, o agronegócio brasileiro é uma potência e já atua com sucesso no mundo islâmico, mas é possível ampliar ainda mais essa presença. Ele lembrou que as nações de maioria islâmica compõem um universo de quase dois bilhões de consumidores e que a certificação Halal segue normas internacionais rigorosas de segurança dos alimentos, o que abre diversas oportunidades.
“A nossa expectativa é que o curso seja um marco não só para nós, mas também para todo o setor agropecuário. Esperamos que o conhecimento se traduza na concretização de novos negócios com o mundo islâmico e que os resultados sejam o fortalecimento da economia nacional e a geração de empregos”, disse Mohamed Zogbi.
As autoridades também manifestaram solidariedade ao povo do Líbano devido às explosões que aconteceram na região portuária da capital Beirute, na terça, 4.
O curso
Promovido pela CNA e pela Fambras, o curso Mundo Islâmico abordará temas como tendências de consumo de alimentos e bebidas, certificações específicas e atração de investimento direto, além de trazer informações sobre o mercado mundial Halal e oportunidades de negócios.
A programação será dividida em quatro encontros, nos dias 6, 13, 20 e 25 de agosto. Ao final, serão emitidos certificados eletrônicos para os inscritos com participação mínima de 75%.
Fonte: Canal Rural