Pesquisadores avaliaram mais de 200 mil mutações.
Uma nova análise de uma variação genética de difícil acesso, com mais de 200.000 mutações em 100 tipos de tomate, é a mais abrangente já realizada em plantas. De acordo com os pesquisadores do Instituto Médico Howard Hughes, esse estudo poderia orientar o melhoramento genético de tomates e outras culturas.
Estudos anteriores mostraram há muito tempo que essas mutações existem nos genomas vegetais, afirma Zachary Lippman, geneticista de plantas do Cold Spring Harbor Laboratory. “Mas até agora, não tínhamos uma maneira eficiente de encontrá-los e estudar seu impacto”, diz ele.
Mutações ou alterações nos quatro tipos de letras de DNA transportadas nas células de um organismo podem alterar suas características físicas. Os cientistas que estudam plantas geralmente se concentram em um tipo pequeno e gerenciável de mutação, no qual uma letra do DNA é trocada por outra.
As mutações estudadas pela equipe de Lippman são muito maiores, elas modificam a estrutura do DNA copiando, excluindo, inserindo ou movendo longas seções do DNA para outras partes do genoma. Essas mutações, também chamadas de variações estruturais (SV), ocorrem em todo o mundo vivo. Estudos em humanos, por exemplo, vincularam essas variações a distúrbios como esquizofrenia e autismo.
A maioria das mutações encontradas não altera os genes que codificam as características. Mas o que está claro, diz Lippman, é que muitas dessas mutações alteram os mecanismos que controlam a atividade gênica. Um desses genes, por exemplo, controla o tamanho do tomate. Ao modificar a estrutura do DNA (neste caso, o número de cópias do gene), a equipe de Lippman conseguiu alterar a produção de frutas. As plantas que não possuem o gene nunca produziram frutos, enquanto as plantas com três cópias do gene fizeram o fruto 30% maior do que aquelas com uma única cópia.
Fonte: Agrolink